Na mitologia nórdica, Ragnarök
(em português: destino dos deuses) representa o fim do mundo, marcado por uma
série de eventos futuros, incluindo uma grande batalha anunciada que resultaria
na morte de um número de figuras importantes (incluindo os deuses Odin e Loki), a ocorrência de várias catástrofes naturais e a submersão
subsequente do mundo pela água. Depois, o mundo ressurgiria fértil e os
sobreviventes e os deuses renascidos se reuniriam e o mundo seria repovoado por
dois sobreviventes humanos. Ragnarök
é um evento importante no cânone nórdico e tem sido objeto de estudos
acadêmicos e teóricos.
O Ragnarök tem
sido tema de muitas controvérsias quanto à origem da sua narrativa, que só foi
escrita mais tarde, após a cristianização do mundo nórdico. Muitos
especialistas argumentam que os seus textos de carácter profético sobre o fim
do mundo são inspirados em temas bíblicos como o Juízo Final, o Apocalipse,
o fim do mundo de acordo com as teorias milenaristas, e o Eclesiastes.
É feita também a
comparação com outras narrativas mitológicas indo-europeias, o que pode indicar
uma origem comum de mitos ou de influências pagãs externas. Para muitos
estudiosos, essas influências emprestadas de outras culturas e reescritas por
clérigos cristãos são erroneamente atribuídas à mitologia viking, e têm distorcido o conhecimento que temos da fé
escandinava. O texto também pode ter-se inspirado na observação das catástrofes
naturais na Islândia.
O evento é atestado primeiramente no Edda poética, compilado
no século XIII, a partir de fontes tradicionais mais antigas e no Edda em
prosa, escrito no século XIII por Snorri Sturluson. No Edda em prosa e em um
único poema no Edda poética, o evento é conhecido como Ragnarökr ou Ragnarökkr
(nórdico antigo: "Destino dos
Deuses" e "Crepúsculo dos
Deuses", respectivamente), um termo popularizado no século XIX pelo
compositor Richard Wagner por ser o título da última ópera da tetralogia Der
Ring des Nibelungen, Götterdämmerung.